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Cop 30 e o Cooperativismo

  • Artigo Secundário 2

 

 

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A COP30 começou ontem, em Belém (PA), e segue até o dia 21 de novembro. O evento reúne líderes e representantes de quase 200 países para discutir os rumos das políticas climáticas globais, buscando transformar compromissos em ações concretas. Esta edição, sediada no Brasil, tem um significado especial: ocorre no coração da Amazônia e reforça o papel do país como protagonista na agenda ambiental mundial.

Entre os temas em destaque estão a implementação efetiva do Acordo de Paris, a ampliação dos financiamentos para adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, o fortalecimento da economia verde e a inclusão de comunidades locais e tradicionais nas soluções sustentáveis. Também ganhou relevância a discussão sobre biocombustíveis sustentáveis e sobre como os países podem trabalhar juntos para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.

Os primeiros dias da conferência também foram marcados pelo lançamento do Yearbook of Global Climate Action 2025, que mostra um avanço significativo na participação de governos locais, empresas e organizações civis em estratégias climáticas, embora ainda existam lacunas importantes entre os compromissos assumidos e as ações de fato implementadas. Em paralelo, debates sobre governança multiescalar, economia circular e infraestrutura resiliente reforçaram a urgência de integrar a sustentabilidade à rotina das cidades e comunidades.

Se no cenário global a COP30 busca soluções amplas e coordenadas, no contexto local há um papel igualmente essencial: compreender como essas mudanças se refletem em territórios específicos, como o Semiárido Nordestino. A região é uma das mais vulneráveis aos efeitos climáticos, enfrentando secas prolongadas, desafios hídricos e necessidade de fortalecimento produtivo e social. E foi exatamente sobre esses temas que o Internacional Coop Semiárido (ICS), realizado em Petrolina pelo Sistema OCB/PE e pelo Sistema OCEB, se debruçou.

Durante o ICS, cooperativas, especialistas e representantes do cooperativismo nordestino discutiram caminhos e estratégias para um desenvolvimento sustentável que valorize os recursos locais e fortaleça a resiliência da região. Foram apontadas práticas que incluem o incentivo à agricultura familiar, o manejo inteligente da água, a diversificação produtiva e o uso de tecnologias sociais adaptadas à realidade semiárida. A essência dessas discussões se alinha diretamente aos propósitos da COP30: transformar desafios ambientais em oportunidades de cooperação, inovação e inclusão.

Como destacou Malaquias Ancelmo de Oliveira, presidente do Sistema OCB/PE, “a COP30 é um evento climático que tem tudo a ver com o cooperativismo. Ambos têm muitos valores embutidos: uma sociedade mais justa, mais interativa, mais natural, com menos produtos processados. Ambos têm como ideal a construção de um mundo melhor, onde precisamos absorver o que produzimos.”

A partir dessa visão, o cooperativismo se mostra um agente essencial na luta contra as mudanças climáticas. Ao promover o desenvolvimento econômico aliado à responsabilidade social e ambiental, o movimento cooperativo reforça que soluções globais precisam nascer de ações locais. O Semiárido Nordestino, com suas experiências, desafios e potencialidades, é um exemplo vivo de que o futuro sustentável se constrói com cooperação, inovação e compromisso coletivo.

Enquanto o mundo discute em Belém os próximos passos para o clima, o cooperativismo segue mostrando, no Semiárido e em todo o país, que é possível crescer de forma sustentável, fortalecendo comunidades e cuidando do planeta.

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